ilustrações: eduardo gayotto / noum project | foto: samanta alves

A estranha obsessão por uma série de vinte anos atrás que foi quase cancelada depois dos seis primeiros episódios.

O que explica a volta de

É politicamente incorreta, embaraçosa, ácida e retrata um ambiente corporativo pacato. Até aí, parece um enredo-repelente para os jovens. Mas não: memes de The Office rondam as redes como nunca, novos espectadores pipocam no streaming, antigos viciados reassistem sem parar e a turma de Michael Scott é até tema de uma música bem geração Z — My strange addiction, da Billie Eilish.

O que explica?

Foi a série mais assistida nos streamings Netflix, Disney+, Amazon e Hulu em 2020, segundo um relatório da Nielsen. Desde seu lançamento, em 2005, acumulou mais de 57 bilhões (sim, bilhões) de minutos assistidos.

Apesar de todos os dias parecerem uma eterna segunda-feira, a série apresenta uma realidade onde o emprego não precisa ser nossa paixão, e ainda questiona um ideal bem atual: de que devemos trabalhar com propósito.

A gENTE TE ENTENDE, BILLIE

Os jovens estão sendo pressionados a não apenas conseguir um emprego, mas a ter um trabalho que traga realização [...]. Só que é muito difícil encontrar isso. __

Amy Wharton, professora de sociologia, em entrevista à Vox

The Office retrata a banalidade da vida cotidiana, em uma indústria decadente e com um elenco de personagens tentando construir suas vidas apesar dessa mediocridade.

se identifica?

Sim, eu citei a rainha Pam Beesly Halpert nos meus votos de casamento. Sou, de fato, uma freak. __

Depoimento de uma espectadora de The Office à revista Bustle

Disruptiva no gênero “mockumentary”, que imita o formato de documentário, mas é fictício. Abertura divertida dos episódios, com cenas independentes que viraram quase clássicos. O romance entre Jim e Pam. O Dwight. Ponto. Extremamente maratonável. O presencial que a gente quer (aquele que fica só na série).

Porque amamos

E mais: The Office é uma máquina de memes — tão virais porque capturam, com humor e exagero, as frustrações e absurdos do mundo corporativo. Quem nunca teve um chefe meio Michael Scott?