As ondas de temperaturas extremas estão sendo cada vez mais frequentes. Aqui, a gente explica como isso afeta a sua saúde e o que fazer pra se cuidar nessas situações.
O corpo humano tem um sistema eficiente pra se refrescar. O hipotálamo responde ao calor estimulando a produção de suor. Também acelera o coração, dilata os vasos sanguíneos e desvia o sangue quente às extremidades — perto da pele, o calor pode se dissipar de várias maneiras, seja em contato com o ar, seja na água fria.
Com o calor extremo, o sistema começa a dar pau. A transpiração excessiva deixa a pessoa desidratada, com menos líquido pra dissipar o calor. Daí o corpo desvia mais sangue às extremidades, privando os órgãos de oxigênio e nutrientes. A nível molecular, as enzimas essenciais pro nosso funcionamento podem deixar de funcionar.
Daniel Mendes Filho, biomédico, em entrevista ao podcast O Assunto
Segundo o relatório mais recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o calor também tem causado uma série de problemas de saúde mental. Os dias mais quentes estão associados a ansiedade, raiva, irritabilidade, distúrbios do sono e crimes violentos. Também aumentam as tentativas de suicídio e mortes por overdose.
No entanto, assim que a temperatura baixa, o corpo vai ficando destreinado de novo. Por essas e outras, centros de “refrescamento” pra acolher pessoas vulneráveis, piscinas municipais, fontes de água potável e outros recursos serão, cada vez mais, considerados uma questão de saúde pública.