O filósofo e escritor Andreas Elpidorou, que há anos estuda o ócio criativo, defende o argumento de que o tédio é como um mecanismo que regula nossa motivação pra completar tarefas. “Sem o tédio, ficaríamos presos em situações frustrantes.”
Segundo Elpidorou, estar entediado pode ser um aviso de que não estamos fazendo o que queremos e dar um empurrão em direção aos nossos objetivos. Mas, pra fazer essa ciência funcionar, é preciso avaliar o que nos causa o tédio.
Em tempos de isolamento mais rígido, o tédio bateu na porta de muita gente. Alguns recorriam à timeline infinita das redes sociais, mas acabavam no mesmo beco sem saída: uma pesquisa publicada no jornal científico The Royal Society descobriu que a tecnologia realmente nos deixa mais entediados.
É possível que um dos grandes motivos para nos sentirmos tão desconfortáveis na presença do tédio seja o imperativo da produtividade e a necessidade de produzir sempre, a todo tempo – ou seremos considerados inúteis e descartáveis aos olhos da sociedade.
Nem todo mundo acha que Rita Lee estava certa ao dizer que não existe nada melhor do que não fazer nada. Mas uma série de pesquisas conduzidas por cientistas da Universidade de Central Lancashire, no Reino Unido, concluiu que o estado de tédio pode ser um combustível para a criatividade.