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Entre freelas instáveis, nomadismo romantizado e a ansiedade de um futuro incerto, será que ainda dá pra sonhar com uma pausa real?
O sabático é um período prolongado de afastamento do trabalho, geralmente de um ano, durante o qual o profissional busca descanso, desenvolvimento pessoal ou profissional, e novas experiências.
Fonte: trecho de reportagem da Exame
Em tempos de precarização do trabalho, já está difícil garantir os direitos básicos — quem dirá negociar um tempo fora com a possibilidade de voltar ao mesmo cargo. Para os poucos que conseguem, o sabático costuma partir de um esforço individual pra se bancar e assumir os riscos. Mas a real é que o freela nem sempre é tão “free” como parece.
Pra quem está no corre como freela, o medo é que se afastar por um ano signifique ser afastado pra sempre.
Com fronteiras cada vez mais difusas entre o presencial e o remoto, a possibilidade de trabalhar e viajar ao mesmo inaugurou uma espécie de “sabático nas horas vagas”. Mas basta passar um tempo fazendo anywhere office pra sacar que trabalho é trabalho, e sabático é sabático, independente do seu ponto de localização no mapa.
Fonte: Levantamento da LCA Consultores com base em números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)
Mais focada em seus propósitos e atenta à sua saúde mental, a Geração Z é a que mais muda de emprego e encabeça novos fenômenos do mercado de trabalho, a exemplo do quiet quitting e da grande renúncia. Agora, surge nos EUA a “microaposentadoria”, uma microdose de sabático entre jobs, substituindo a aposentadoria que dificilmente virá. Será que isso faz sentido no Brasil?
Aflições da Geração Z no mercado de trabalho · Precarização. · Dificuldade de conciliar propósito e realidade. · Insatisfação com os modelos tradicionais. · Ansiedade com a perspectiva de que não poderá se aposentar. · Constatação de que é cada vez mais difícil realizar sonhos de outras gerações (ex.: economizar e comprar um apê).
Tirar um tempo pra se cuidar, se aprimorar e pensar na vida faria sentido para os jovens de hoje? Claro. Mas, pra grande maioria, os boletos falam mais alto. Diante da impossibilidade de planos grandiosos, como um sabático de um ano ou até uma aposentadoria decente, resta almejar microdoses de satisfação.