Novos estudos revelam como esse tipo de alimento age no nosso corpo e trazem números preocupantes sobre a presença deles na alimentação dos brasileiros, principalmente nas periferias.

na alimentação brasileira

os ultra-processados

os ultra-processados

Foto: Jef Siepman / Unsplash

Em uma abrangente revisão de estudos publicada este ano, os cientistas relacionaram os alimentos ultraprocessados a 

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problemas de saúde.

Fonte: Ultra-processed food exposure and adverse health outcomes: umbrella review of epidemiological meta-analyses

PRINCIPAIS  PROBLEMAS ASSOCIADOS:

Doenças cardíacas Diabetes tipo 2 Obesidade Doenças gastrointestinais Depressão e ansiedade

Outra novidade nesse sentido é que os cientistas estão começando a entender melhor os processos fisiológicos que fazem com que os ultraprocessados passem fatura na saúde. Pesquisas mais aprofundados ainda são necessárias,  mas já há algumas possíveis explicações.

Foto: Amr Taha / Unsplash

Picos de açúcar no sangue resultantes da ingestão de ultraprocessados podem danificar as artérias.

Aumento da inflamação do corpo.

Certos aditivos alimentares potencialmente interferem nos hormônios.

Prejudicam a absorção dos nutrientes no intestino e perturbam o microbioma intestinal.

Evitar os ultraprocessados é uma das recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde. Ainda assim, eles representam 28% dos alimentos ingeridos pelos adolescentes brasileiros.

Fonte: pesquisa da UFMG que acompanhou quase 72 mil alunos de escolas públicas e particulares  em 124 cidades brasileiras

Foto: Amr Taha / Unsplash

Segundo pesquisa da UFMG, o tempo excessivo de uso de eletrônicos favorece a ingestão de laricas pouco saudáveis de forma excessiva — vidrado na tela, você piscou e lá se foi um pacote inteiro de salgadinho. Saltar refeições, a exemplo do café da manhã, também induz ao consumo.

Outro estudo da UFMG chama a atenção sobre a falta de acesso à comida saudável em comunidades e áreas periféricas onde, muitas vezes, os ultraprocessados são os únicos alimentos disponíveis no comércio local. Além disso, o custo dos produtos frescos e de alta qualidade é incompatível com a renda da maioria.

DESIGUALDADE ALIMENTAR

Foto: Slashio Photographer/ Unsplash

Luana Lara Rocha, doutoranda em saúde pública pela UFMG, em reportagem de Andreza Oliveira pra Folha de S.Paulo

A atenção a uma alimentação saudável é questão de saúde básica. Feiras de rua, em especial, as orgânicas, são espaços públicos de segurança alimentar e nutricional que deveriam estar em regiões mais vulneráveis, para que as pessoas com menor poder aquisitivo conseguissem ter acesso a um alimento saudável, seguro e sem agrotóxicos.