Nada de copinho, colher e plástico: um manifesto pela volta da versão raiz de uma das laricas de praia mais amadas do Brasil.
Antes de seguir, que fique claro: nós entendemos que essa “modernidade” facilita a vida de pessoas que têm dificuldades motoras, problemas dentais e outras condições. Mas por que não fazer do copinho uma opção pra certos casos, ao invés do padrão geral da nação?
O que era apenas lixo orgânico — espiga e casca — rende centenas de copinhos de plástico no fim de um dia de praia, mais suas respectivas colherinhas. Com sorte, isso tudo vai parar em alguma lixeira de coleta seletiva (sonho?). Mas boa parte acaba no mar e, consequentemente, na goela de algum animal marinho. Só isso já é motivo pra repensar.
Como amar o milho verde sem encarar a experiência completa? Começa com aquela voltinha na casca pra espalhar o sal e dar liga com uma eventual manteiguinha, terminando com mordidas precisas pra extrair até o último grão e — sim —aquela chupadinha no “caldo” da espiga.
Veja bem: ao cortar o milho pra retirá-lo da espiga, perde-se uma pequena e preciosa parte do grão, que é aquela que você pacientemente extrai com os dentes ao comer a versão raíz até ter o prazer de deixar a espiga totalmente lisa. Como não ter apego a esse ritual?
O milho verde é como um bom vinho: tem sabor persistente em boca. Afinal de contas, a menos que você leve fio-dental à praia, ele segue com você no rolê até o fim.