O obscuro (e milionário) mercado de plantas brasileiras em perigo de extinção que viraram objeto de desejo nas redes sociais.
O caso mais emblemático é o da Espírito Santo (Philodendron spiritus sancti), nativa da região serrana do estado homônimo, que está na Lista Vermelha do Centro Nacional de Conservação da Flora, com “risco muito elevado de extinção na natureza”. Mas há várias outras ameaçadas que são cobiçadas, como o cacto Melocactus glaucescens, da região semiárida da Bahia, e a Laelia jongheana, orquídea natural de regiões serranas de Minas Gerais, entre outras.
É proibido coletar ou comercializar plantas que estejam na lista das espécies ameaçadas. Mas, paradoxalmente, tê-las em coleções privadas ou ganhá-las de presente não é ilegal.
Os colecionadores argumentam que fazem o papel de um pequeno jardim botânico, ajudando a conservar espécies em risco de extinção. Mas os especialistas rebatem que ostentar essas plantas nas redes sociais só estimula a comercialização ilegal.
Suzana Ursi, professora de Botânica da USP e vice-diretora do Parque Cientec, em entrevista à BBC.