A falta de conexão com outras pessoas pode afetar o bem-estar e a qualidade de vida. Em alguns países, isso já vem sendo encarado como uma questão de saúde pública.

Por que a solidão apavora?

Por que a solidão apavora?

O covid-19 colocou mais em evidência do que nunca o impacto que o isolamento social pode ter sobre a nossa saúde física e mental. Ao mesmo tempo, contribuiu pra agravar algo que já vinha sendo considerado outro tipo de pandemia: a solidão. Aqui, a gente explica como a falta de conexão com outras pessoas nos afeta e o que pode ser feito pra reverter essa situação.

Um levantamento do Instituto Locomotiva revelou que um quarto da população brasileira considera ter uma rede de relacionamentos empobrecida e não se sente próxima de ninguém. O mesmo estudo mostra que a segunda principal preocupação do brasileiro com 50 anos ou mais é a solidão — atrás, apenas, da falta de dinheiro.

O MITO DO BRASILEIRO SOCIÁVEL

Outra pesquisa, que envolveu mais de 50 mil adultos em nove países, revelou que a solidão indesejada — ou seja, quando estar só não se trata de uma opção pessoal — é considerada um dos maiores inimigos do bem-estar emocional, onde quer que seja.

NINGUÉM QUER A SOLIDÃO

A relação entre solidão e bem-estar é abrangente. Várias pesquisas científicas já comprovaram que o isolamento social está associado a um grande risco de doenças cardiovasculares, demência, depressão e ansiedade. Os perigos da solidão vêm sendo comparados ao risco de fumar, de abusar do álcool e da obesidade.

saúde em risco

Inicialmente, até achamos que as redes sociais serviriam pra nos unir — quem não se reconectou com alguém no Orkut? Mas há o efeito oposto: olhar o feed, concluir que todo mundo está se divertindo lá fora e se sentir ainda mais só. Não à toa, pesquisa do Cigna Group revelou que jovens de 18 a 24 anos relatam duas vezes mais solidão que idosos.

REDES ANTISSOCIAIS

“É quase um paradoxo. O mundo nos obriga a estarmos conectados e ligados no olhar do outro sobre nós. Ao mesmo tempo, estamos sós, profundamente encapsulados na bolha dos iguais ou do eu. Como a gente sai disso e ousa se revelar? Na sua vulnerabilidade, fragilidade e verdade. Naquilo que não é tão belo e cheio de filtro. Cru, pra poder fazer uma troca profunda e significativa com o outro.”

Maria Homem, psicanalista, em seu canal no YouTube.

> Votar em políticos que incluam em suas propostas medidas pra ocupar o espaço público e/ou fomentar a vida em comunidade.

o que dá pra fazer?

> Mostrar interesse e conversar com as pessoas solitárias que vivem perto de você, como familiares e vizinhos.

> Ajudar colegas de trabalho a se entrosar na empresa ou na cidade.

> Correr atrás de amigos que andam se isolando.