PRA VOCÊ NÃO EMBURRECER COM A

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Sente que o cérebro ficou mais preguiçoso desde que começou a usar ChatGPT? Precisamos reagir.

Um estudo do Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, comparou o funcionamento do cérebro de várias pessoas e demonstrou que os usuários de ChatGPT apresentaram menor desempenho neural, linguístico e comportamental. Ao longo dos meses, também foram ficando mais preguiçosos. Você vai deixar isso rolar com você?

É óbvio que as ferramentas de IA chegaram pra ficar e que, bem utilizadas, podem agilizar a nossa vida em muitos aspectos. Mas delegar totalmente ao robô a forma como expressamos nossas ideias mais complexas e sentimentos é a receita pra atrofiar o pensamento crítico e a identidade.

A ERA DO SEDENTARISMO COGNITIVO

Se você delegar ao ChatGPT a sua capacidade de argumentar, como vai se virar quando tiver que fazer isso ao vivo e sem wi-fi?

Eu nunca: o Terminei um relacionamento com mensagem escrita pelo ChatGPT. o Pedi pro robô fazer uma carta de amor. o Assumi que não consigo mais escrever um parágrafo sem IA. o Joguei uma reportagem/livro no robô, li o resumo e dei por resolvido. o Desisti de escrever em outros idiomas porque dá trabalho. o “Escrevi” com IA, mal li e já postei/compartilhei/ enviei.

Use IA pra pesquisar, mas não use pra escrever. Tudo que a gente tem é nossa identidade. Ela se constrói também a partir da fala, da escrita, do olhar, do erro, do acerto, da expressão. [..] De desvio em desvio a identidade vai se construindo única, diferente de tudo, sua. No fim, o que nos fará humanos, o que nos resta, são os erros e os acertos. ___

Pedro Tourinho (@pedrotourinho), comunicólogo e especialista em entretenimento e mídia, em seu perfil no Instagram

Se você delegar ao ChatGPT a sua capacidade de argumentar, como vai se virar quando tiver que fazer isso ao vivo e sem wi-fi?

Dá mais trabalho escrever se valendo apenas da sua inteligência natural? Sim. Mas é uma questão real de autopreservação.

O DESAFIO DOS MAIS JOVENS

Segundo os pesquisadores do MIT, a questão é ainda mais séria pra quem está em pleno desenvolvimento de suas funções cognitivas. Capacidades como argumentação, memória, interpretação, criatividade etc. não aparecem do nada: precisam de treino, esforço e estímulo.

O que realmente me motivou a publicar isso agora [...] é que tenho medo de que, em 6 ou 8 meses, algum formulador de políticas públicas decida: ‘vamos fazer um jardim de infância com GPT’. Acho que isso seria absolutamente ruim e prejudicial. Cérebros em desenvolvimento estão em maior risco. ___

Nataliya Kosmyna, pesquisadora responsável pelo estudo do MIT