Você já deve ter se visto com pressa pra postar sobre como está relaxando. E se simplesmente aproveitasse o momento?

Qual foi a última vez que você praticou um esporte só por prazer?

ilustrações: eduardo gayotto

Nossa vida online exige constante comprovação de quem somos e do que fazemos. 

Nossa vida online exige constante comprovação de quem somos e do que fazemos.  A ponto de haver quem, ao participar de uma maratona, se preocupe mais com o registro no aplicativo de corrida do que com viver a experiência em si.  A necessidade de provar nossas conquistas — e de receber validação por isso — está transformando momentos de superação ou de diversão em fontes de ansiedade.

Durante a Maratona de Nova York, uma repórter da Mashable enfrentou falhas nos fones e no relógio. Após a prova, fez um relato sobre sua própria angústia — ela foi às lágrimas — e como ficamos dependentes desses gadgets, mesmo pra coisas que fazíamos tranquilamente sem eles há poucos anos.

a tecnologia falha e a gente surta

A pressão das redes pode 

diminuir a alegria das nossas realizações.

A pressão das redes pode 

Correr deveria ser uma experiência contemplativa, quase meditativa. Mas, na era da hiperconexão, parece que só curtir o percurso não basta. Aos poucos, a busca por curtidas e comentários altera a essência do esporte. Será que ainda sabemos correr só por correr?

Corrida: meditação ou competição? 

A vida não precisa ser uma corrida.

Desacelerar (e desconectar) um pouco pode ser uma ótima forma de encontrar momentos de calma.

A vida não precisa ser uma corrida.

Pedalando na contramão, uma geração de ciclistas está adotando bicicletas como as da marca Rivendell Bicycle Works como um manifesto contra a cultura da pressa. Quadros de aço, sem suspensão, nada de lycra. É o retorno ao básico, uma conexão mais pessoal com a máquina e com o ato de pedalar.

A revolução  da bici lenta

“você surfa pela sensação ou pelo resultado?”

É uma questão que vale pra qualquer atividade. Em coluna na revista Hardcore, o surfista Luciano Meneghello pergunta: 

“você surfa pela sensação ou pelo resultado?”

Quando focamos demais no que podemos mostrar depois, perdemos a riqueza do momento presente.

Se dedicarmos mais tempo a coisas que não dependem de curtidas — como atividades offline, momentos de contemplação e experiências que não precisam ser compartilhadas pra serem válidas —, pode ficar mais fácil se reconectar com si mesmo. Talvez seja hora de praticar a arte de ir devagar.

MODO avião