Como o fenômeno Succession popularizou o look dos milionários que querem ser reconhecidos pelos seus semelhantes e passar batido na multidão.
Enquanto gente como nós passou batido por esse detalhe do figurino, 0,00000001% da população mundial entendeu a sacada. Disso se trata o estilo batizado de stealth wealth (“riqueza discreta”), ou quiet luxury (“luxo silencioso): um código pra que os muuuuito ricos se reconheçam entre si, sem chamar a atenção dos demais.
O conceito não é novo — há tempos que o old money busca se diferenciar dos novos ricos evitando a ostentação. Mas o quiet luxury virou febre nos últimos meses no embalo da quarta temporada da saga da família Roy, cujo figurino segue à risca esse manual.
Colunistas de publicações de moda também atribuem a alta desse estilo ao aumento da desigualdade social e às dificuldades financeiras que muitos enfrentaram por causa da pandemia. Nesse cenário, faz sentido que alguns dos donos das maiores fortunas prefiram ficar na miúda, pelo menos publicamente.
Como o quiet luxury se traduz no look dos zilhardários? Cortes impecáveis, tecidos de qualidade, acabamentos perfeitos, cores neutras e nada de logomarcas à vista. Tudo isso combinado em looks casuais, muitas vezes monocromáticos. Marcas como Loro Piana, Brunello Cucinelli e Zegna são algumas marcas queridinhas.
Você pode até comprar coisas parecidas na Shein, mas os meus amigos vão saber que o meu custou uma fortuna. Eu pertenço. Você não.
Ainda que se vestir como Shiv e Roman não garanta um convite pro próximo campeonato de polo a cavalo, tem muita gente tentando. Na rede vizinha, as hashtags relacionadas ao quiet luxury têm bilhões de visualizações. A indústria da fast fashion, claro, está surfando essa onda.
Há quem diga, por outro lado, que isso tem mais a ver com o longo tempo que passamos de pantufa e moletom. “A pandemia veio depois de anos de domínio de uma streetwear ultracasual coberta com logotipos. Portanto, era esperado que as roupas de alfaiataria levemente elegantes ressurgissem, não importando o que estivesse na televisão”, escreveu Amanda Mull no The Atlantic.