É provável que essa questão tenha passado pela sua cabeça ultimamente. Afinal de contas, o mercado de diagnósticos aleatórios está bombando nas redes.
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento cujos principais sintomas são desatenção, hiperatividade e impulsividade. Como essas são características comuns no ser humano, é normal que muita gente se identifique e se questione sobre sua própria saúde mental. Mas essa condição vai muito além de simples distração e falta de foco.
Nas pessoas com TDAH, os sintomas são extremamente acentuados e têm um sério impacto em vários aspectos da vida: estudos, trabalho, relacionamentos amorosos, convivência familiar etc. Quem sofre com o transtorno costuma ter dificuldade de aprendizagem e de se planejar, falhas de memória, entre outros problemas.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, entre 5% e 8% da população mundial apresenta TDAH. Não existe um exame pra detectar a doença. O diagnóstico é clínico e requer uma avaliação aprofundada por parte de um profissional qualificado.
O lado positivo dessa chuva de conteúdos nas redes sobre TDAH é normalizar o debate sobre a saúde mental. Quando embasados em informações confiáveis, esses vídeos e posts podem ajudar na conscientização sobre a importância do diagnóstico e a melhorar a qualidade de vida de quem tem o transtorno.
Por outro lado, todo cuidado é pouco pra cair na “cibercondria” e sair se autodiagnosticando e/ou medicando, sobretudo com base em informações imprecisas difundidas por especialistas em coisa nenhuma que acabam patologizando comportamentos normais.
Também vale lembrar que, ainda que falar abertamente sobre TDAH possa trazer alívio a quem tem o diagnóstico, o uso indevido dessa sigla — até mesmo em piadas! — pode contribuir pra minimizar o sofrimento de quem realmente convive com o transtorno.