É claro que nunca vamos esquecer do que passamos e das pessoas que perdemos com a covid-19. Mas muita gente tem memórias confusas do período mais crítico. Existe uma explicação pra isso.
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Ao Washington Post, o especialista em psicologia cognitiva Norman Brown explicou que o cérebro elabora a memória em três fases principais: codificação, consolidação e recuperação de informações. Muitos dados são perdidos, a menos que sejam “consolidados”, o que geralmente acontece durante o sono — prejudicado pela pandemia.
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As memórias não são estáveis ou permanentes. Ou seja, variam segundo o ponto de vista de cada pessoa, e em função de como processamos os fatos, num processo carregado de emoções e reflexões. No fim das contas, as lembranças estão centradas em nossas histórias de vida e no que mais nos afeta pessoalmente.
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Durante a pandemia, tivemos que processar muita coisa. Nossas vidas mudaram radicalmente, enquanto absorvíamos conceitos complexos de infectologia. Pros nossos cérebros, foi pesado filtrar e codificar essa sobrecarga de informações. Fora isso, o stress, que também interfere na criação de novas memórias, foi nas alturas.
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Em meio ao turbilhão de informações, o cotidiano dentro de casa ficou monótono pra muita gente. “Quando os acontecimentos são repetitivos, ficam mais difíceis de lembrar. A memória meio que junta tudo como um só evento. Teremos lembranças pouco claras desses anos”, explicou a psicóloga Dorthe Berntsen.
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E tem mais essa: a maioria das pessoas não quer se apegar às suas memórias obscuras e tende a ver o futuro de forma mais positiva do que o passado.
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Norman Brown, pesquisador e professor de psicologia cognitiva na University of Alberta, no Canadá
Lembrar do passado, afinal de contas, é algo que fazemos no presente, cercados de todas as nossas emoções, conhecimentos e contextos atuais. Essa realidade pode ter implicações diretas em como olhamos pra trás e também no jeito de encarar o futuro.
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