Milhares de pessoas estão recorrendo a chatbots pra desabafar sobre suas aflições e buscar alívio de problemas relacionados à saúde mental.

Terapia com IA:  você faria?

Terapia com IA:  você faria?

Ao passo que os chatbots ficam assustadoramente mais sofisticados e capazes de replicar a linguagem humana, vão ocupando espaços mais amplos em nossas vidas, seja no entretenimento, seja nas tarefas do cotidiano. Você piscou e milhares de pessoas já estão recorrendo a “terapeutas” de Inteligência Artificial pra questões psicológicas.

Os chatgpts da alma

A lista de chatbots focados na saúde mental não para de crescer. Os mais populares, a exemplo de Earkick, Youper e Woebot, somam milhões de downloads. Um deles, o Wysa, já  é utilizado como suporte aos pacientes do Serviço Nacional  de Saúde (NSH)  no Reino Unido.

Um dos casos mais interessantes é o do Character.ai, onde é possível criar e acessar chatbots personalizados. Personagens como a Psychologist, “alguém que pode ajudá-lo com os problemas da vida”, recebem milhares de consultas diárias.

Vantagens da “terapia” por IA:

·   Vários apps são grátis. ·   Funciona 24 horas, todo dia. ·   Você pode começar já, sem compromisso. ·   Presente nas difíceis noites em claro. ·   Potencial de chegar a muito mais gente.

Sem filtro

Há quem se sinta mais à vontade pra se abrir — e revelar seus segredos mais obscuros — com um chatbot do que com uma pessoa de verdade. O robô-terapeuta também pode ser configurado  e/ou substituído. No Earkik, por exemplo, você pode optar entre um “sábio e paciente” ou um “otimista e motivador”, entre outros.

pontos de atenção:

·   Não há nenhum órgão regulador supervisionando essas startups. ·   Estudos sobre a psicologia via IA ainda são muito limitados. ·   Os próprios apps afirmam que não fornecem diagnóstico ou tratamentos médicos.

Os aplicativos não apenas podem fornecer conselhos inadequados ou até perigosos, como também coletar dados íntimos dos usuários e monetizar com eles.

Betsy Stade, Ph. D. em psicologia clínica e pesquisadora no Stanford Institute for Human-Centered AI, nos EUA, ao The Guardian

Os desenvolvedores costumam reforçar que a IA não pretende substituir os terapeutas de carne e osso, mas somar forças. No fim das contas, a terapia consiste em duas pessoas pensando juntas sobre questões humanas, tendo como objetivo que o paciente possa conviver melhor com seus semelhantes no mundo real.

De humano pra humano