UMA VIAGEM PRA ENTENDER A FELICIDADE

O que os países mais e menos felizes do planeta têm a ensinar ao resto do mundo? A nova série Rainn Wilson and the Geography of Bliss  foi buscar respostas.

Lidando com um transtorno de ansiedade há décadas, o ator que interpreta Dwight Schrute em The Office viajou aos lugares do topo e da base do ranking do World Happiness Report pra entender o que é felicidade nesses países.  O resultado é a nova série Rainn Wilson and the Geography of Bliss, da plataforma Peacock.

Ter acesso aos direitos humanos básicos é um ótimo começo, claro. Tanto é que os primeiros colocados do “ranking da felicidade” são países da Escandinávia, onde educação, saúde e moradia de qualidade estão ao alcance da maioria. Mas, na série inspirada no livro The Geography of Bliss, de Eric Weiner, ele mostra que não é “só” isso.

ALÉM DO BÁSICO

No primeiro episódio, Wilson visita  a Islândia e se une a um grupo de mulheres que nada no mar toda semana — um hábito comum no país — mesmo com temperaturas abaixo de zero. Ainda que haja indícios de que mergulhar na água gélida possa trazer benefícios à saúde mental, a prática vai além: é um resumo da mentalidade islandesa.

BANHO DE ÁGUA FRIA

“Na Islândia fica tudo escuro no inverno. Se você quiser, pode reclamar do clima todos os dias. Mas, quando você entra no mar frio o ano inteiro, nem nota que o tempo está ruim ou que não há luz. Isso simplesmente não importa. Essa prática nos ensina a aproveitar a vida como ela é.”

Uma das nadadoras entrevistada por Wilson

Parte do que a série busca entender é, também, como as pessoas são felizes nos lugares que ocupam posições baixas no ranking do World Happiness Report, a exemplo da Bulgária, onde o escritor Georgi Gospodinov dá a deixa: permitir que a felicidade e o sofrimento coexistam.

NA ALEGRIA E NA TRISTEZA

ACEITA QUE DÓI MENOS

Aceitar que não há felicidade sem o reconhecimento da dor pode ser libertador. Essa atitude, segundo Wilson, contrasta com a “pressão pelo otimismo forçado” — ou positividade tóxica — que contribui pra minar a saúde mental: “a alegria não anula as dificuldades da vida”, diz.

SENSO DE COMUNIDADE

Radicado em Los Angeles, acostumado a estar sozinho na multidão, Wilson também constatou que o senso de coletividade, um conceito tão abstrato pra maioria das pessoas que vivem nas grandes cidades, pode fazer a diferença.

“Tudo o que tem a ver com felicidade, não importa aonde você vá no mundo, é a profundidade, a intimidade e o calor que alguém traz pra uma comunidade e vice-versa. É uma questão de aumentar sua visão do que é família pra círculos familiares cada vez maiores — isso traz a verdadeira alegria. É tudo sobre conexões”.