Quando a brincadeira pesa o clima.
ilustrações: eduardo gayotto
Piadas podem ser mal interpretadas. E uma mesma brincadeira que o amigo levou na boa um dia pode azedar em outro momento, dependendo do estado emocional da pessoa, de quem mais está ao redor e de outros contextos.
Piadas são ambíguas. Embora seu conteúdo literal seja, por definição, negativo, raramente quem a faz tem a intenção de que suas provocações sejam levadas ao pé da letra. Com esse objetivo, tentam mitigar o conteúdo comunicando-se por meio de gestos, expressões faciais ou tom de voz, indicando que estão ‘apenas brincando’. Mas tais tentativas muitas vezes não funcionam.
Fonte: Intentions in teasing: When “just kidding” just isn't good enough (Journal of Personality and Social Psychology)
Tende a achar sua piada mais inocente e brincalhona. Geralmente se diverte mais com a situação.
Tende a interpretar a piada como mais maliciosa. Se diverte menos que o autor.
Fonte: Intentions in teasing: When “just kidding” just isn't good enough (Journal of Personality and Social Psychology)
A pessoa que é o alvo da piada ficou sem reação, constrangida ou emburrada? Admita que não foi legal e peça desculpas sinceras. Muitas vezes, só dizer que “foi brincadeira” não basta.
Nem sempre o seu amigo brincalhão vai reconhecer nas suas sutilezas que aquela piada caiu mal. Nesse caso, deixe claro que não curtiu e tente conversar. Engolir sapo e relevar não faz bem nem pra você, nem pra relação.
Sigmund Freud, o pai da psicanálise, em Os chistes e sua relação com o inconsciente
Brincadeiras podem ser uma forma de aliviar a tensão e acessar o inconsciente. Nesse sentido, às vezes funcionam, sim, como uma forma de dizer verdades ou, pelo menos, de introduzir uma conversa mais séria sobre alguma questão que precisa ser solucionada entre os envolvidos.