Os mais jovens já não estão interessados em noites intermináveis e afters selvagens. O que explica essa mudança de comportamento?

AMIGOS DO FIM

AMIGOS DO FIM

Festas que começam às  2 da manhã e vão até as últimas consequências. Inferninhos suarentos avançando manhã adentro. Bebida a rodo, aditivos mil, ressacas homéricas. Quem foi jovem antes da virada do milênio, no auge das raves e “balas”, deve ter lembranças (nebulosas) de noitadas assim —ou, pelo menos, de que esse era o ideal de diversão pra maioria da galera.

Obviamente, muitos inimigos do fim ainda encontram seu lugar longe do sol em rolês desse tipo. A diferença é que, nos últimos anos, esse lifestyle tem perdido adeptos e já não seduz as novas gerações. Pra um grupo cada vez mais numeroso, trocar o dia pela noite deixou de fazer sentido.

O CEDO É O NOVO COOL

A pandemia consolidou a tendência. Com as casas noturnas e afins fechados por vários meses, muita gente reviu a forma de  se divertir e acabou encontrando mais prazer e sentido em outro tipo de lazer. Pra quem segue no baile, festas vespertinas e até matinais estão em alta de Londres a São Paulo, passando por Barcelona e Nova York — quem quer ou precisa acordar cedo agradece.

“No isolamento, muitos jovens se conectaram com outros prazeres — como curtir o streaming ou fazer exercícios físicos. Agora são mais seletivos e as saídas têm horário bem definido pra acabar”.

Trecho de reportagem da Exame.

IBIZA MATINÊ

Nem Ibiza é mais a mesma. Com os afters proibidos na ilha há vários anos, até a lendária Space — onde o fervo ia até a hora do almoço — fechou em 2016, marcando o fim de uma era. Hoje em dia, as festas mais hypadas da ilha espanhola começam à tarde e acabam cedo.

Uma pesquisa recente do DataFolha feita em 12 capitais brasileiras mostrou que 54% das pessoas entre 15 e 29 anos não frequentam casas noturnas ou vão menos de uma vez por ano.  Shows, festivais e eventos diurnos ao ar livre estão entre os programas preferidos desse público, que se preocupa mais com a saúde e tende a ser mais comedido no consumo de bebidas alcoólicas.

A dinâmica das grandes cidades também mudou nos últimos anos, ditando novos comportamentos e, ao mesmo tempo, se adaptando a eles. Com uma maior sensibilização quanto ao barulho e leis mais rígidas, foi-se o tempo em que os botecos não tinham hora pra fechar.

HAPPY HOUR E FIM