ilustrações: eduardo gayotto / noum project

De tanto ser usada em vão, essa palavra fundamental vem tendo seu significado esvaziado. Bora relembrar o que ela realmente quer dizer?

SERÁ MESMO?

VOCÊ TEM EMPATIA?

A empresa foi “empática” ao oferecer um desconto na mensalidade. O chefe considerado “empático” por escutar as reclamações da equipe. Gente ensinando os benefícios da “venda empática”. Será que tudo isso contém empatia mesmo? De tanto ser usada em vão, essa palavra parece ter sido esvaziada.

Aqui, a gente resgata o seu — necessário! — significado.

Segundo definição da School of Life, empatia é a capacidade de adentrar nos desejos secretos, nas necessidades não reveladas e nas dores de outras pessoas. É uma habilidade que usa o autoconhecimento, a imaginação e nossas experiências de vida pra ampliar o entendimento sobre o outro.

NA TEORIA

COMPAIXÃO: um estado mental que envolve a preocupação com o sofrimento dos outros.

NÃO CONFUNDIR

EMPATIA: se colocar no lugar do outro, com a aspiração de ver o sofrimento alheio aliviado, pressupondo uma ação.

A empatia é sobre valores coletivos: um antídoto pro individualismo extremo que vivemos a partir do século 20. __

Roman Krznaric, filósofo australiano, fundador do Museu da Empatia de Londres, ao The Guardian 

. Simpatia. . Gentileza. . Capacidade de ouvir. . Extroversão. . Ações sem envolvimento emocional genuíno.

ESTAMOS CONFUNDINDO EMPATIA COM:

Falsa empatia é acreditar que sabe mais sobre os problemas alheios do que a própria pessoa. É como vestir uma capa de super-herói e assumir que tem todas as respostas. No fundo, trata-se de um ato egocêntrico e autocentrado. __

Chezare A. Warren, escritor, TED speaker e pesquisador sobre empatia na Vanderbilt University, nos EUA

Segundo o pesquisador Chezare A. Warren, empatizar exige uma capacidade elevada de domar o nosso ego, pra não permitir que ele domine a forma como enxergamos o mundo. Isso nos ajuda a entender porque, diante de sua absoluta falta de empatia, o bilionário ególatra Elon Musk a define como “a fraqueza elementar da civilização ocidental”.

enxergar a perspectiva do outro