ressaca? argh!

Por incrível que pareça, o mal-estar que você sente no domingo ainda pode ter a ver com a festa de sexta. 

você tem ressaca da

É domingão. Há tanta vida lá fora, mas você está com o estômago meio embrulhado, cabeça pesada e parece que sua energia escorreu pelo ralo. Covid? Dengue? Não. A dura verdade é que, provavelmente, seu corpo ainda não superou a noite de sexta. Com você, a ressaca da ressaca.

Pra se livrar do álcool, o pobre do corpo — sobretudo o fígado — precisa realizar vários processos metabólicos que liberam algumas toxinas pelo caminho. A ressaca é o sinal mais evidente de que esse trabalho árduo está sendo executado, fazendo você se sentir mal por um período que, com sorte, não costuma passar de 24 horas.

o dia seguinte

falha na matemática

Quanto mais álcool você bebe, mais longo tende a ser o processo de depuração. Mas essa matemática não funciona da mesma forma pra todo mundo. Algumas pessoas parecem ter sido sorteadas pra padecer de ressacas que duram mais de um dia. E a real é que nem a ciência sabe explicar muito bem por que isso acontece.

8 ou 80

O que pesquisas recentes observaram é curioso. Os mais propensos a sentirem os efeitos colaterais por vários dias são os extremos: os que bebem muito e sempre, ou os que quase nunca bebem. No primeiro caso, pode até ser uma mistura de ressaca com abstinência. No segundo, a hipótese é uma falta de condicionamento do fígado.

Mas e as pessoas “sortudas” que, mesmo bebendo moderadamente, amargam dois dias de ressaca?

Segundo o psiquiatra Emmert Roberts, da Universidade de Stanford, nos EUA, que estuda as ressacas, alguns indivíduos podem estar geneticamente predispostos a ter uma reação mais intensa ao aumento de açúcar no sangue gerado pela bebida, ou a uma maior dificuldade de combater os efeitos nocivos do álcool.

Outro aspecto que qualquer pessoa que já passou dos 30 sente na pele: a idade conta. Na medida em que envelhecemos, nosso corpo começa a levar mais tempo pra metabolizar o álcool. Alguns medicamentos também podem fazer com que o limbo da ressaca seja mais intenso e prolongado.

amadurecimento etílico

Outros fatores biológicos podem interferir. Pra algumas pessoas, a cerveja dá ruim por causa da intolerância ao fermento, por exemplo. Outras são mais sensíveis aos sulfitos presentes no vinho. Tequila, uísque e outras bebidas alcoólicas escuras contêm substâncias — os congêneres — que aumentam a probabilidade de ressacas prolongadas, devido à forma como são metabolizados.

sem milagre

Como evitar essas ressacas de dois dias? Rá! Moderando o álcool, claro. As boas e velhas dicas de intercalar os drinks com copos de água e não beber de estômago vazio também ajudam. Se, mesmo assim, pra cada noite de birita você tiver dois dias de perrengue, pode ser um aviso de que seu corpo já não dá match com o goró.