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Faz sentido ficar sem transar em prol da saúde?

Por
Adriana Setti
Em
10 agosto, 2023
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Por incrível que pareça, o celibato voluntário está em alta, tendo por trás um discurso que promete supostos benefícios pra saúde mental e espiritual.

Depois da pandemia, tudo levava a crer que o mundo se entregaria a uma era de hedonismo e libertinagem. Mas o universo tem seus mistérios e o celibato vem despontando como nova modinha de wellness, endossada por gurus e afins. Os adeptos se gabam de quantos dias já passaram sem sex@ e alegam que isso traz vários benefícios, a exemplo de maior clareza mental e mais energia.

Até tu?

Recentemente, a cantora Anitta revelou que ficou sem transar por quase um ano. E que depois do celibato passou a ser mais seletiva com quem e quando fazer sex@. “Dá muito trabalho trocar energia com pessoas”, disse em entrevista ao podcast High Low, apresentado pela modelo Emily Ratajkowski.

Celibato new age

As hashtags relacionadas ao assunto somam muitos milhões de views na rede dos vídeos e costumam vir acompanhadas de outras que remetem a “jornadas de cura”, saúde espiritual e equilíbrio mental, numa narrativa na qual o celibato é associado a práticas que vão de reiki a alinhamento de chakras.

É gostoso e faz bem

Obviamente, adotar comportamentos sexuais temerários e cultivar relações tóxicas pode ter um impacto negativo na saúde física e mental. No entanto, não há nenhuma evidência científica que comprove que o sex@ em si é prejudicial. Aliás, vários estudos mostram exatamente o contrário.

Procure um profissional

Da mesma forma que praticar sex@, ficar em ele também não atrapalha a saúde. Por outro lado, isso não quer dizer que o celibato seja capaz de gerar os efeitos descritos em milhões de vídeos feitos por especialistas em coisa nenhuma das redes sociais. Se você tem questões de saúde mental, mais vale procurar um psicólogo, um psicanalista ou um psiquiatra.

Pra ficar de olho

Por essas e outras, essa onda de celibato voluntário pode representar um retrocesso em termos das liberdades sexuais adquiridas nas últimas décadas. Há, também, um risco de que informações equivocadas e desatualizadas sobre sex@ confundam as pessoas mais jovens que estão iniciando suas vidas sexu@ais agora.

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