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Ouça as minas: podcasts e o mundo sob a ótica feminina

Por
Lilian Kaori Hamatsu
Em
16 abril, 2019

Enquanto 84,1% do número de ouvintes de podcasts é composto por homens, apenas 11,9% dos produtores são mulheres. A fim de subverter essa lógica, convidamos a galera a ouvir programas idealizados, produzidos e apresentados pelas minas

Uma biblioteca repleta de possibilidades, um formato que se adapta aos afazeres do cotidiano, baixo ou nenhum custo e autonomia para criar e consumir: parece utópico, mas já é uma realidade quando falamos em formatos de conteúdo, ou, mais precisamente, em podcast. Se comparado ao vídeo, o “novo rádio” requer uma fatia muito menor do seu pacote de dados e ainda pode ser consumido em modo offline. Dinâmico, permite ao ouvinte que cozinhe, dirija ou corra enquanto absorve o conteúdo. Isso tudo além de despertar um sentimento de proximidade e identificação no público, já que a técnica por trás do resultado consiste, literalmente, em falar para os ouvidos de alguém.

Como uma série de conversas e conselhos, a mídia de acompanhamento sonoro é construída sobre a base da pessoalidade e sua consolidação no Brasil parece inevitável. Segundo Daniel Ek, CEO e fundador do Spotify, o número de ouvintes da seção dedicada exclusivamente aos podcasts cresceu 330% entre 2017 e 2018.

Embora veículos tradicionais e pequenos produtores independentes venham surfando nessa onda democrática, a disparidade de gêneros aparece mais uma vez como problema a ser solucionado. Segundo dados da ABPod (Associação Brasileira de Podcasters) em parceria com a rádio CBN, 84,1% do número de ouvintes é composto por homens e apenas 11,9% de todos os produtores são mulheres. A fim de subverter essa lógica, convidamos nossos leitores a ouvirem programas idealizados, produzidos e apresentados pelas minas. Abaixo, uma lista com alguns deles.

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Baseado em Fatos Surreais

Marcela Ponce de Leon e Sheylli Caleffi contam acontecimentos protagonizados por mulheres reais, que emprestam suas vivências para que a dupla interprete como sendo delas próprias. Em episódios descontraídos, que mais se assemelham a um diálogo entre amigas, abordam temas como catfish, a chegada da fase adulta, sexo e maternidade. Duas vezes por semana, é possível ouvir cerca de 30 minutos de casos como o “da indicação”, que descreve o momento em que uma de nossas heroínas acaba se envolvendo com um esquerdo macho.
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É Nóia Minha?

Novíssimo, o podcast da escritora e roteirista Camila Fremder só possui dois episódios até o momento de publicação dessa matéria. No entanto, aparenta um futuro promissor. Com convidados como a apresentadora Maria Eugênia Suconic e o psicanalista Guilherme Facci, o programa é um convite a enfrentar os próprios pensamentos absurdos da autora (que também podem ser os mesmos que os seus) e buscar a lógica por trás deles. Em cerca de 40 minutos de bate-papo é possível descobrir, por exemplo, que existem vários níveis de normalidade ao stalkear o pretendente.
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Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes

Baseados no livro de mesmo nome, escrito por Elena Favilli e Francesca Cavallo, os episódios narram histórias de mulheres extraordinárias pela voz de figuras como a apresentadora Astrid Fontenelle, a cantora Daniela Mercury e a podcaster Juliana Wallauer, do Mamilos. Em cerca de 20 minutos, com efeitos sonoros lúdicos e dedicado ao público infantil, o podcast é capaz de encantar qualquer mulher adulta ao contar com delicadeza a trajetória de ícones como Frida Kahlo e Ada Lovelace.
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Lasciva Lua

Dona de uma voz delicada e didática bastante acessível, a terapeuta sexual e instrutora de yoga Lua Menezes derruba tabus (em áudios de 10 a 15 minutos) ao adentrar o universo da sexualidade feminina para tratar de temas como orgasmo, menstruação, fertilidade e ejaculação. Em tempos de empoderamento, o podcast é um convite ao autoconhecimento e a conexão com o próprio corpo.
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Uma publicação compartilhada por Carla Lemos | Moda e Feminismo (@modices) em

P.R.I.M.A.S

Carla Lemos, do Modices, e Renata Corrêa, do Como Não Ser Um Machista Babaca, unem forças para discorrer por uma hora sobre assuntos que transitam entre o imaginário coletivo das mulheres e a cultura pop. De resenha de séries a percepção de que o movimento feminista deve ser celebrado com alegria, tudo vira assunto na boca das cariocas.
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Let’s Talk About Myths, Baby!

Liv Albert apresenta o único podcast em inglês da lista. Uma série de áudios com variação entre 5 e 30 minutos que abordam a mitologia greco-romana através de uma perspectiva única: a visão da mulher contemporânea. Espirituosa e perspicaz, a podcaster coloca pitadas de autenticidade em cada um dos mitos que decide abordar, como em Daphne, the Nymph Who Said “Hell No, Apollo” e aponta casos de violência e abuso como eles realmente são: inaceitáveis.
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