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Cachaça é coisa de mulher!

Por
Adriana Setti
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Como um grupo de mulheres está aprimorando a produção de cachaça e rompendo paradigmas.

Há um número cada vez maior de “cachaceiras” comandando os alambiques que produzem as melhores cachaças do Brasil. No Ranking da Cúpula da Cachaça de 2022, por exemplo, as quatro primeiras colocadas na categoria brancas são produzidas por mulheres.

Virando o jogo

Nas últimas décadas, a presença da mulher está crescendo na produção de cachaça, bem como em outras áreas agrícolas. Além disso, os bons resultados vêm minando a desconfiança que gerava o preconceito sobre a atuação da mulher nesse mercado.

Cachaça sustentável

Uma das mulheres que vem se destacando nesse movimento, a engenheira agrônoma Laura Vicentini é sócia e fundadora da Spinagro, a empresa de mudas de cana-de-açúcar por trás da SôZé, uma cachaça produzida de forma orgânica e sustentável, aproveitando todos os resíduos da planta, sem agrotóxicos e com energia solar.

Insights femininos

Laura Vicentini, sócia e fundadora da Spinagro
Laura Vicentini, sócia e fundadora da Spinagro I Foto: Divulgação

Laura conta com Roberta Fernandes como mestre alambiqueira. “Ela é chef de cozinha e agrega muito do sensorial em nosso produto final”, diz. Segundo a engenheira, insights femininos, bem como a gestão de pessoas com olhar de mulher, de cuidado com os funcionários e o meio ambiente, são elementos fundamentais pra obtenção de uma cachaça sustentável e de qualidade.

“Ao aceitarem desafios atuando em novos setores, as mulheres trazem uma visão diversa à produção, à qualidade e à própria experiência de negociação/aquisição do produto. Isso ajuda a explicar por que estão acontecendo tantas alterações e melhorias nas áreas que têm uma atuação feminina mais recente, como é o caso do mercado da cachaça.”

Laura Vicentini, engenheira agrônoma e “cachaceira”

Feita por mulheres

Mulheres responsáveis pela cachaça Bem Me Quer
Mulheres responsáveis pela cachaça Bem Me Quer I Foto: Divulgação

Em Pitangui, Minas Gerais, Manu Romano recrutou mulheres sem experiência prévia em alambique, se dedicou à formação e montou o time que faz a Bem Me Quer. Sua mãe, Rosana, é fundadora da ConVida, Confraria Mulheres da Cachaça.

Kátia Espírito Santo
Kátia Espírito Santo, “cachaceira” que fez da Da Quinta o primeiro destilado brasileiro a receber a Grand Gold Medal do Concours Mondial de Bruxelles I Foto: Divulgação

Na região serrana do Rio De Janeiro, Kátia Espírito Santo aprendeu a fazer cachaça com seu pai, modernizou a produção, obteve a certificação orgânica e fez da Da Quinta o primeiro destilado brasileiro a receber a Grand Gold Medal do Concours Mondial de Bruxelles. Ela também é consultora da premiada Pindorama, comandada por Luiza Almeida Braga e sua filha Joana.

Made in Aiuruoca

Cris Amin, uma das responsáveis pela cachaça Tiê I Foto: Divulgação

Outra que coleciona prêmios é a Tiê, produzida na cidadezinha mineira de Aiuruoca, na Serra da Mantiqueira. Ela surgiu inicialmente como um projeto da produtora cultural Cris Amin e seu marido “para a aposentadoria”. Entre os planos, está a criação de um curso de capacitação em produção de cachaça direcionado a mulheres.

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