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A (difícil) arte de esperar

Por
Adriana Setti
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O que dá pra fazer — além de mergulhar no celular — quando você precisa enfrentar uma fila ou um saguão de aeroporto com voo atrasado.

O tempo parece passar mais devagar quando temos que esperar. Estudos relacionam essa percepção “arrastada” ao stress causado pela situação. Ou seja, quanto maior a sua frustração com o trânsito ou a fila do pão, mais infinita vai parecendo a missão. Será que tem como tornar isso mais suave?

A (difícil) arte de esperar

Dois terços das pessoas definem as emoções predominantes durante a espera como negativas — impaciência, irritação, frustração — e 82% evita ativamente ir a um lugar com fila.

Fonte: pesquisa feita em 2023 pela empresa Waitwhile, especialista na administração de filas

Tudo pra ontem

A questão é que esperar envolve duas coisas que desagradam o ser humano por definição: tédio e perda do controle da situação. Não à toa, encurtar a espera se tornou uma forma de atrair o consumidor: check-in on-line, reconhecimento facial, autosserviço no supermercado, entrega express etc. Por outro lado, essa expectativa de satisfação instantânea vai fazendo com que percamos ainda mais a habilidade de esperar.

Ao mesmo tempo, a cultura da produtividade a todo custo nos leva a crer que a espera, por mais necessária que seja, é uma forma de perder tempo de forma improdutiva e sem sentido — e dá-lhe desconforto.

Círculo vicioso

E aí, como faz?

Um estudo realizado em Hong Kong conseguiu provar que exercitar a presença — ou seja, manter os pensamentos e a atenção no momento —, observando as pessoas e o ambiente, por exemplo, reduz a sensação de tédio. E mais: se forçar a cultivar sentimentos positivos pelos que estão ao seu redor (ao invés de se irritar) pode reforçar a sua paciência.

Se essa espécie de meditação em plena fila parece zen demais pra você, tente se entreter com atividades que ajudem a exercitar a atenção, como ler um livro de papel, fazer anotações ou escutar um podcast. Se permitir usar esse momento de pausa obrigatória pra simplesmente pensar na vida e lidar com a sua inquietação também pode ser boa ideia.

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