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Conheça os jovens artistas que estão levando cor e vida às paredes do Brasil

Por
Lilian Kaori Hamatsu
Em
30 agosto, 2019
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Pouco importa a superfície. A arte é um oceano de possibilidades, e pode habitar tecidos, telas, porcelanas e objetos de decoração. Mas se anos atrás a aspiração dos jovens artistas era ocupar galerias renomadas com exibições individuais, hoje os sonhos ganharam projeções maiores, e a proposta é perpetuar arte nos mais diversos canais, para mais pessoas possíveis. Seja na internet, seja na rua, seja em coletivos criativos, o importante, no fim das contas, é divertir, compartilhar criatividade, dar visibilidade à causas sociais ou apenas ver a rotina da gente ser preenchida por mais cor. Mais vida. Aqui, apresentamos alguns dos jovens artistas que estão fazendo tudo isso. E muito mais.


Flora Yumi

Caso nunca tenha visto as telas de Flora Yumi por aí – ou suas legendas no Instagram, que poderiam ser facilmente consideradas um tipo de arte –, você já deve ter ao menos se deparado com as estampas que ela própria desenvolve em colaboração com a Farm. No que diz respeito à sua persona, nenhuma definição poderia ser tão apurada quanto a dela própria: “um brinde à naturaleza. Isso explica meu nome e às vezes meu nome é que me explica”. A artista pinta bananas, cactus, abacaxis, flores e o que mais brotar da terra. Por essa mesma razão, a natureza morta nunca foi tão gráfica, viva e colorida quanto em suas pinceladas.


Priscila Barbosa

Foi a natureza ilustrada da Pri Barbosa a responsável por transformar a fachada da Casa Jardim Secreto num ponto verde e rosa – e cheio de vida – no tradicional bairro do Bixiga, em São Paulo. Também foi ela que em outubro do ano passado deixou sua marca no MAM Rio com um muralismo de muita personalidade de uma figura feminina com uma cobra no ombro. Esses são apenas dois de outros grandes trabalhos possíveis de serem citados. Mas a artista também leva suas ilustrações empoderadas em matérias jornalísticas, capas de livros e quadros. Em todos eles, os tons de rosa nunca faltam.


Camila Cherobin

A artista plástica paulistana Camila Cherobin é o nome por trás dos grafismos em tons terrosos da Cement, que em breve deve deixar de lado o nome de batismo para assumir o da sua própria criadora. Jornalista por formação, Camila consegue contar histórias em cada um de seus trabalhos, cuja coleção mais recente de telas e tote bags leva nomes de pintores e arquitetos brasileiros modernistas, a exemplo de Lina [Bo Bardi] e Athos [Bulcão]. Seu primeiro trabalho em mural pode ser visto na mostra de decoração e design infantil Casa na Toca, que ocupa um imóvel na região dos Jardins, em São Paulo, até o dia 13/10.


Luccas Asaph

Ecléticos, os projetos de Luccas Asaph abrangem diferentes formatos, entre eles ilustração, design gráfico e audiovisual. Na rua, em muros e lambe-lambes, seus desenhos divertidos e coloridos dão visibilidade à questões urgentes, como gênero, sexualidade e representatividade de identidades negras, por exemplo. No cinema independente, ele explora as mesmas temáticas em curta-metragens impactantes do Coletivo Gleba do Pêssego, fundado por ele e outros sete LGBTs vindos de periferias da Grande São Paulo.


Luiza Furtado

Do calor que emana das paisagens cariocas, Luiza Furtado fez nascer uma luz serena. De tinta acrílica a pigmentos naturais – feitos a partir de flores como hibisco –, toda matéria-prima ganha vida em telas, cadernos, roupas e muros pintados pela artista. Suas composições misturam elementos geométricos e astronômicos ao cenário da natureza cotidiana: folhas, frutos, raízes e animais. Em cada superfície milimetricamente preenchida por cores, vive uma forte figura feminina em tons quentes e vibrantes. Entre muitos laranjas e amarelos, a única certeza é que haverá uma pincelada de azul.


Marcella Riani

Os desenhos da paulistana Marcella Riani cabem em paredes, porcelanas, tecidos, pranchas ou em qualquer outra superfície palpável que dê para criar movimentos variados por meio da cor. O que ela pinta são formas abstratas e descomprometidas com a realidade, muito inspiradas na natureza que encontra nas idas frequentes à praia, principalmente em Jericoacoara. Nascida em família de artistas, seu caminho não poderia ter sido muito diferente. Desde que escolheu as artes visuais como negócio, firmou parcerias com diferentes marcas – como Shoulder e YouTube – e fez cenografias do São Paulo Fashion Week e de eventos do SESC.


Priscila Amoni

Muralista e cocriadora do Cura – festival independente que leva a vivacidade da arte urbana ao centro de Belo Horizonte –, Priscila Amoni nutre o espírito e homenageia a relação entre humanidade e natureza com fachadas e paredes repletas de corações de bananeira, lírios, costelas-de-adão, mulheres de livres seios e crianças apaziguadoras. De mensagens emergentes e contornos suaves, sua arte é construída em miudezas e já habita grandes edifícios ao redor do mundo. Entre eles, o Chateau de Goutelas, na França, e o prédio da marca de camisetas Chico Rei, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

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