Febre nos anos 80, quando nossas mães traziam caixas e caixas do Paraguai, o mítico batom verde, também conhecido como batom de henna ou batom do humor, voltou à moda por causa da internet. O lance é que esse batom, dizia a lenda, reagia com a química de cada corpo dando uma cor única e diferente para cada boca. “Apesar de incolor, quando entra em contato com a pele reage com a umidade, com o pH e também com a temperatura dos lábios, e por isso é capaz de mudar a cor da boca,” diziam.
A blogueira Leandra Medine, do The Man Repeller, fez esta divertida sequência de fotos para mostrar os efeitos “surpreendentes” do produto, capaz de permanecer na boca durante horas, ou até dias. Ela encontrou o batom em diversos lugares dos EUA e descobriu que nenhum deles continha henna. No entanto, outras versões podem ter um pouco do ativo. Segundo ela, o batom verde realmente permanece na boca durante horas a fio, sem borrar, ou manchar travesseiros, “24 horas depois, meus lábios ainda estão distintamente rosas”.
Com henna ou não, trata-se de um batom com fórmula similar a qualquer outro: uma mistura de cera e lanolina, porém com um tipo de conservante chamado propilparabeno. Esse composto químico, que no passado estava presente em quase todos os cosméticos do mundo, hoje em dia é colocado em xeque devido a possíveis riscos que podem causar saúde, como alterações hormonais e até câncer.A indústria de cosméticos defende dizendo que os níveis são seguros. Os mais puristas questionam.
O fato é: algo que fica grudado na sua pele, mais especificamente na boca, por 24 horas, algum químico muito poderoso deve ter, né?
Mas, afinal, como é que eles trocam de cor de acordo com cada boca?
A mudança se deve a corantes sintéticos conhecidos como ácidos bromosos. É verdade que estes corantes até podem variar de acordo com o pH, mas essa variação na pele é suave demais para o tipo de efeito. O que ocorre, na verdade, é uma reação com a umidade dos lábios e do ar que, aí sim, pode causar uma leve mudança de cor.
