Vivemos em um ritmo tão intenso que nosso corpo desaprendeu a existir sem pressa. Cadê o botão de pause?
Andar rápido na rua sem motivo, ouvir todos os áudios na velocidade 2x, sentir angústia ao ter que passar poucos minutos em uma fila. A cada dia que passa, parece ser mais difícil dar conta de tudo sem correr. No novo episódio do Desenrola, a gente reflete sobre o assunto e pensa em formas coletivas de desacelerar.


“A sensação que eu tenho é que, de uns tempos pra cá, a gente vem se anestesiando pra conseguir ultrapassar nossos limites e continuar produzindo. Hoje, desacelerar é sair do automático, do ininterrupto e do anestésico.”
Michelle Prazeres, jornalista, professora e pesquisadora, fundadora do Desacelera SP, do Instituto Desacelera e do Dia Sem Pressa

· 43% da população brasileira afirma viver na chamada velocidade 2x, ou seja, em ritmo muito acelerado.
. Apenas 9% dos brasileiros consideram seu ritmo de vida calmo.
Fontes: Pesquisa do Instituto Datafolha de 2023

“A lógica da performance e do desempenho nasceu no trabalho e se alastrou pra todos os campos da vida. Quando digo que quero ter amizades de baixa manutenção, é a lógica da performance operando nas relações. Quando sinto que preciso monetizar um hobby, é o trabalho infiltrado no lazer.”
Michelle Prazeres

Estudos indicam que o uso excessivo do celular e a enxurrada de estímulos digitais podem alterar nossa noção de tempo. As mensagens e notícias constantes também contribuem pra que o estado de urgência e rapidez se instale no nosso corpo e mente sem nem percebermos.

“Afetos, festejos, rituais, descanso e arte. Todas essas coisas nos regeneram e lembram ao nosso corpo que ele não é uma máquina. Mas o mundo nos faz acreditar que isso é perda de tempo.”
Michelle Prazeres

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