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Precisamos falar sobre a morte

Por
Dandara Fonseca
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Não é fácil e nem simples, mas refletir e conversar sobre a morte é importante até pra viver melhor. Aqui, a gente explica por quê.

A morte é um tabu para os brasileiros e os motivos vão além do medo da finitude. Segundo o estudo Cartografia da Morte, de 2018, entram nessa equação a crença de que devemos afastar tudo o que é difícil ou triste; o capitalismo e até o aumento da expectativa de vida — que faz com que esse fenômeno natural seja visto sempre como prematuro ou acidental. 

Ruim pra morrer

Precisamos falar sobre a morte
Foto: Anita Jankovic / Unsplash

Além disso, uma pesquisa comparativa realizada em 81 nações classificou o Brasil como o 3° pior país pra morrer. Como assim? A situação dos locais onde os pacientes eram tratados, os recursos oferecidos pra prolongar a qualidade de vida e os gastos com o tratamento. 

“No século passado, o sexo era um tabu e a morte era mais social. A gente convivia de perto com a doença e com a finitude, os velórios eram feitos na sala de estar de casa. De certa forma, ao longo do tempo, fomos ‘higienizando’ essa relação.” 

Gisela Adissi, trabalhadora do setor funerário há mais de 20 anos e cofundadora da plataforma Vamos Falar Sobre o Luto?, ao podcast Desenrola 

Cuidados paliativos

Precisamos pensar na morte
Foto: Dominik Lange / Unsplash

Com os avanços da medicina, muitos de nós vamos viver o processo da morte — ou seja, receber o diagnóstico de uma doença e passar por um tratamento. Por isso, é importante pensar em como podemos levar qualidade de vida pra esse momento. A página @paliativas é uma ótima fonte de informações sobre o tema.

Quebrando o silêncio

Precisamos pensar na morte
Foto: Jeremy Lwanga / Unsplash

O tabu em torno da morte também faz com que a gente viva o luto de forma despreparada e solitária. Ao falar sobre o assunto, além de elaborar melhor os sentimentos, é possível entender como ajudar de forma correta uma pessoa enlutada.

Burocracia

A morte é um processo cheio de decisões complexas e que, normalmente, envolvem muito dinheiro. Refletir e comunicar à família e amigos suas preferências pra esse momento, além de criar uma reserva financeira, são atitudes que podem oferecer um pouco mais de tranquilidade àqueles que estão enfrentando o luto.

Sem romantizar

Foto: Hatice Baran / Unsplash

É importante pontuar que o objetivo dessa conversa não é fazer com que a morte seja um processo fácil ou indolor. A ideia é criar uma relação mais saudável e equilibrada com esse momento, cobrando inclusive políticas públicas relacionadas à saúde e à qualidade dos últimos anos de vida. 

“A consciência da morte pode funcionar como o recalculando a rota do Waze. Se eu tenho a perspectiva de que o fim pode chegar a qualquer momento, olho pra minha vida e penso: como é que eu tô vivendo? Será que está sendo da melhor forma?” 

Tom Almeida, criador do movimento inFINITO, ao podcast Desenrola

Crédito imagem de abre: Marek Piwnicki / Unsplash

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