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Estocolmo: de carona com a cantora Simone Moreno, descobrimos paradas obrigatórias em sua terra escolhida

Por
Claudia Nascimento
Em
11 setembro, 2015

Ela canta doses maciças de brasilidade e calor, com notas de esperança e arco-íris: todos os sintomas de quem tem o verão baiano entalado na garganta e no coração. O “quadro” é gravíssimo e irreversível, e tem provocado a verdadeira febre na Suécia, onde Simone Moreno mora desde 2001.

Ao que tudo indica, trata-se de uma “enfermidade” hereditária e altamente contagiosa – começou com o pai, um cantor de rádio, e logo se espalhou por todo o corpo dessa baiana arretada, que levou a carreira consolidada na pátria tupiniquim para a terra da Volvo.

Em um bate-papo, Simone Moreno contou (e cantou) seus amores, suas mudanças e suas aventuras – que acontecem sempre a mil por hora. Aperte os cintos e vem com a gente derrapar nas curvas deliciosas das histórias dessa cantora movida a arte e adrenalina.

Fotos: divulgaçãoFotos: Sesse Lind

Impossível começar essa conversa sem antes perguntar por que você trocou o Brasil pela Suécia.
Por amor. Estive na Suécia pela primeira vez em 1994, para promover meu primeiro CD solo e para participar de uma reportagem especial para a revista Caras. A conexão com o país foi imediata e logo pensei que adoraria viver aqui, mas jamais imaginaria que, cinco anos depois, em 1999, conheceria meu marido, Anders. Quando começamos a nos relacionar, eu já estava fazendo shows na Suécia. Então, tudo se encaixou. Muita gente dizia que minha mudança era uma loucura, mas eu faria tudo de novo, se fosse preciso.

E como é a experiência de morar em um país tão diferente do Brasil?
Gosto desse sistema que funciona, sobretudo no quesito direitos humanos e civis. A liberdade e democracia que existem aqui não é realidade em toda a Europa. Valorizo muito isso também. A Suécia é um país com boa administração; um exemplo a ser seguido. Verdade seja dita: a vida aqui é cara e pagamos altos impostos, mas o “sacrifício” compensa: temos cidadania, educação, saúde e trabalho. O governo sueco apoia o cidadão – e, na minha visão, essa qualidade de vida deveria ser premissa básica em qualquer lugar. Longe do campo da política e economia, sou igualmente apaixonada pela natureza do país, que tem uma beleza toda sua. A arquitetura e o zelo pelas tradições são outros dois pontos altos da Suécia – e uma das primeiras coisas que apreciei quando estive aqui pela primeira vez.

Como foi acolhida pelo povo sueco?
De braços abertos. E isso vale para a Simone cantora e para a Simone cidadã. Tive atenção e apoio do Estado nos meus primeiros passos aqui. Na música foi a mesma história: fui muito bem recebida pelo empresário e produtor Johan von Friedrichs, da casa de espetáculos Bar Brasil, em Estocolmo. Ele é um dos pioneiros em trazer artistas brasileiros para a Suécia.

Quando não está (en)cantando mundo afora, quais suas atividades preferidas?
Gosto de estar ao ar livre com família e amigos, seja em parques, seja em festivais – e, durante o verão, vários pipocam pelo país, todos a céu aberto.

Já que virou expert no berço da Volvo, compartilhe dicas quentes de Estocolmo, para rodarmos a cidade e descobrirmos o que há de melhor.

Quem procura restaurantes bacanas pela cidade, recomendo estes: Lydmar, La casa, Ho’s, Indian Garden, Grill. Para dançar, minhas sugestões são o Trädgården, o F12, o Slakthuset, o Strand Hornstull e diversos clubes de reggae. Para quem quer fazer compras, as melhores opções ficam a cargo dos brechós da cidade e as infalíveis Zara, H&M e Västermalmsgallerian. Quem desembarca por aqui com os filhos pode se divertir no Gröna Lund e no Skansen.

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