A 150 Km da capital Rio de Janeiro, Cabo Frio tem parques, trilhas e praias secretas que nem todo mundo sabe. A gente revela para você!
Não é errado dizer que há dois tipos de beleza em Cabo Frio: a que é dada e exige pouco do viajante, a exemplo de pequenas praias de águas esverdeadas, como a das Conchas e a do Peró, e a que só pode ser apreciada por quem, de certo modo, à procura. O começo dessa “busca” pode se dar no próprio terminal marítimo no Canal do Itajuru, onde desembarcam passageiros dos barcos turísticos que fazem passeios pelas praias e ilhas da região, e ponto do qual zarpam todas as manhãs barcos equipados para mergulho rumo à Ilha dos Papagaios. E se já era tranquilo chegar de carro a Cabo Frio, que fica a pouco mais de 150 Km de distância do Rio de Janeiro, agora ficou ainda fácil: desde o começo do ano a GOL oferece voos diretos saindo do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
As embarcações navegam em um trecho do Lago Araruama e antes de entrar em mar aberto passam margeando a Ilha do Japonês, cujas águas transparentes podem ser melhor desfrutadas em dias de semana alheias ao agito de sábados e domingos. Foram essas águas, aliás – e sobretudo o que elas escondem – que fizeram com que a argentina Johanna Abraham deixasse o país vizinho para fundar a escola e operadora de passeios de mergulho Ecodiving, ao lado do marido, Tiago Moreira.
“Levamos as pessoas para fazer as primeiras experiências, batismos, diferentes cursos, passeios de snorkeling e outras atividades relacionadas com o mar”, conta Johanna, que também é mergulhadora e instrutora. “Não precisa fazer um mergulho muito fundo para ver a vida marinha que existe aqui. Na real, não precisa nem saber nadar. Basta colocar o rosto embaixo d’água para descobrir um mundo gigantesco. Queremos que as pessoas levem uma experiência linda de Cabo Frio”, diz. O passeio dura quatro horas e, com sorte, além de peixes de distintas cores, permite ver de perto tartarugas, cavalos-marinhos, raias e hipnotizantes águas-vivas.
Johanna, da Ecodiving 
Henrique, da Ecotrilhas 
Se puder, guarde um pouco de fôlego para, ao retornar à cidade, percorrer algumas das trilhas que cortam o Parque Estadual Costa do Sol. “Todo mundo vem pra Cabo Frio pensando que aqui só tem praia e acaba não conhecendo muitas das belezas naturais da região”, diz Henrique Nascimento, condutor ambiental da Ecotour Trilhas e Mergulhos.
A trilha da Enseada da Tartaruga parte da praia do Peró e atravessa uma área de mata em que se pode observar parte da flora e fauna locais, que inclui de saguis a passarinhos da espécie formigueiro-do-litoral, passando por calangos de praia e cactos da cabeça branca. Você vai saber que chegou ao fim do caminho quando topar com uma piscina natural encravada em meio a rochas, com o mar ao fundo. Depois de um mergulho revigorante, vale emendar a trilha do Morro do Vigia, que proporciona durante todo o percurso uma bela vista das praias ao redor. De quebra, ainda guarda cantinhos surpreendentes como a bacia da Paz – uma estreita entrada para o mar ao lado de um penhasco – e uma gruta que pode ser explorada de acordo com a maré. “A verdade é que mesmo entre os locais pouca gente conhece esses lugares. É um bom programa, também, para fugir da praia lotada no final de semana e ter um pouco de privacidade”, diz Henrique.
No fim da tarde, com o sol mais ameno, a pedida é bater perna pelo antigo bairro da Passagem, que preserva um charmoso e, infelizmente, hoje, minúsculo centro histórico, que faz lembrar que Cabo Frio é uma das cidades mais antigas do país e que seu encanto poderia ser ainda maior.
