Places

Belo Horizonte e arredores: tour botânico pelos jardins do Inhotim

Por
Fernanda Nascimento
Em
24 agosto, 2018
Em parceria com

Nem só de obras de arte é feito um dos maiores museus a céu aberto do mundo. O Inhotim guarda 5400 espécies de plantas, exploradas no passeio conduzido pelo engenheiro agrônomo Juliano Borin

Quando pensamos em Inhotim, o instituto que é um dos maiores museus de arte contemporânea a céu aberto do mundo, vêm à cabeça as paredes coloridas da obra Magic Square, as construções surreais aonde ficam as galerias, a piscina que lembra uma caderneta de endereços ou as letras espalhadas pelo gramado com as quais os visitantes formam frases para tirar fotos. Mas há algo tão valioso quanto as 450 obras de arte espalhadas pelo museu – e que, de alguma maneira, cerca todas elas. São os jardins do Inhotim, que guardam mais de 5400 espécies de plantas trazidas de todos os cantos do mundo.

Os jardins são, na verdade, o primeiro capítulo da história desse lugar. As espécies começaram a ser plantadas no terreno em Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte (MG), no ano de 1986, quando ainda era somente a casa de Bernardo Paz, fundador do instituto. Os jardins ganharam vida, alguns pitacos do paisagista Burle Marx e a companhia de obras de artistas como Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Lygia Pape e Tunga. Só em 2006 o Inhotim abriu as portas para visitação. Desde então, já recebeu mais de 2 milhões de pessoas.

Inhotim
Foto: Paulo Baqueta

Todo segundo sábado do mês, o engenheiro agrônomo do Inhotim, Juliano Borin, sai com um pequeno grupo contando a história das espécies mais curiosas e dos jardins temáticos. O jardim desértico, por exemplo, reúne cactos e outras espécies de regiões áridas e foi construído de maneira que o solo amenizasse as condições climáticas brasileiras, tão diferentes das nativas dessas plantas. O passeio também passa por espaços que não são abertos à visitação, como a estufa. É lá que ficam as espécies ameaçadas de extinção, como a raríssima flor-cadáver, da Ilha de Sumatra, na Indonésia. Ela pode passar anos sem desabrochar, mas sua inflorescência é um espetáculo que vale a espera.

Juliano Borin
Juliano Borin, engenheiro agrônomo do Inhotim, é o responsável por contar a história das plantas | Foto: Giovanni Bello

Entre as milhares de espécies, muitas delas exóticas, há mais de 1400 tipos de palmeira – da pequena tamareira-anã, que não passa dos 3 metros de altura, à palmeira-ráfia, cujas folhas podem atingir até 20 metros de comprimento. Mas elas não são só um elemento do paisagismo. No passeio conduzido por Juliano, as plantas ganham vida e uma história. “Às vezes as pessoas estão muito afastadas da naturezas e essas curiosidades botânicas despertam o interesse”, diz Juliano. “As plantas passam a ter nome. Mato você pisa. Uma planta com nome você cuida.”

Tour Botânico pelo Inhotim
Segundo sábado de cada mês
R$ 40 (inscrições na recepção)
www.inhotim.org.br

Foto de abertura: Diego Grandi


Viajar não é só chegar a outro destino. É desbravar, experimentar e poder viver a cidade como um local - mesmo que seja apenas por algumas horas. Por isso, o The Summer Hunter, ao lado de GOL e Mercure, foi buscar as melhores experiências para explorar cinco cidades brasileiras e seus arredores.
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