Todo mundo já sentou numa cadeira de plástico destas. A gente te conta a história por trás dela.
Elas estão nas barracas de praia e nos botecos do Oiapoque ao Chuí. Também estão na escola, no posto de saúde, na igreja, na festa de rua e, quem sabe, na aldeia indígena e no jardim da sua casa. E não só aqui. Na Nigéria, na Espanha, na Groenlândia, no Uzbequistão, na Líbia, no Suriname, na Áustria, no fundo do oceano. De onde brotaram tantas cadeiras de plástico praticamente iguais?
Monobloco, prazer!

O nome oficial da cadeira que amamos odiar — mas que salva nossas lombares do cansaço em muitas ocasiões — é monobloco, uma vez que consiste em uma única peça indivisível de plástico, realizando um antigo sonho dos designers que remonta ao início do século 20. Feitas de polipropileno, elas são baratas, leves, empilháveis e não biodegradáveis.


Uma das teorias mais aceitas atribui o projeto da primeira cadeira monobloco ao designer canadense Douglas Simpson em, 1946. Mas vários modelos foram sendo criados até que se chegasse ao desenho que viralizou.
Produção em massa

A cadeira monobloco começou a ser produzida em massa nos anos 1970. Mas foi a partir de 1983, quando passou a ser fabricada pela empresa francesa Grosfillex, que se tornou um fenômeno. Hoje em dia, há incontáveis fabricantes e, provavelmente, bilhões de exemplares pelo mundo.

“Imagino que exista até uma dessas cadeiras brancas de plástico orbitando ao redor do planeta. Talvez isso pareça ok pra você, mas, na verdade, a onipresença delas é assustadora, e um sinal muito ruim do estado da cultura mundial.”
Jules Suzdaltsev, jornalista, em matéria da Vice

A cadeira mais onipresente do mundo é um dos símbolos mais inegáveis da globalização e de como tudo está ficando parecido.

“Praticamente todo objeto sugere um tempo e um lugar. A monobloco é um dos poucos que é livre de qualquer contexto específico. Ver uma cadeira de plástico branco em uma fotografia não oferece nenhuma pista sobre onde ou quando.”
Ethan Zuckerman, professor de política pública, comunicação e informação na Universidade de Massachusetts em Amherst, em Those White Plastic Chairs – The Monobloc and the Context-Free Object

Você pode até odiá-la, mas:
· Já se sentou em uma num momento de aperto.
· O design é tão ninja que se adapta a qualquer lugar do mundo.
· São inacreditavelmente resistentes.
· Resolvem a vida de muita gente com um investimento mínimo.
· Triste verdade: são mais confortáveis que muita cadeirinha fofa de madeira.