Há três anos, o trabalho remoto parecia um caminho sem volta. Já hoje, a maioria das pessoas está de volta ao escritório. Onde isso vai dar?
Desde o começo da pandemia, o mercado de trabalho discute incansavelmente quais são os prós e contras dos modelos presencial, remoto e híbrido. Em alguns estudos, a balança inclina pra um lado. Em outros, pende pro polo oposto. E, no meio de tudo isso, a saúde mental e a qualidade de vida de muita gente vai tendo que se adaptar às idas e vindas. Qual é o futuro do home office?
A volta do crachá
Segundo o LinkedIn Economic Graph, em fevereiro de 2022, 40% das vagas anunciadas na plataforma no Brasil permitiam trabalhar remotamente — um ano mais tarde, o percentual era de 25%. Ainda que a flexibilização pareça ser irreversível, o mercado está passando por uma readaptação.
Será que a volta ao escritório acontece por um maior desejo de (suposto) controle das empresas, ou o presencial realmente torna o negócio mais eficiente? É a pergunta do milhão.
Contrafluxo
Em julho, até o Zoom passou a exigir que os funcionários que moram perto do trabalho fossem ao escritório duas vezes por semana. Google, Apple, Amazon, Netflix são outros exemplos. Basta ver como anda o trânsito de SP e do RJ pra sacar que muitas outras empresas brasileiras também cortaram as asinhas do home office total ou parcialmente.
Quantificar é difícil
Em parte, esse movimento de volta se apoia em um estudo da Universidade de Stanford, que exerce forte influência sobre o Vale do Silício, nos EUA. Publicada em julho de 2023, a pesquisa indica que o trabalho remoto pode reduzir a produtividade em 10% a 20%, com relação ao presencial.
Por outro lado, uma análise da consultoria Scoop Technologies e do Boston Consulting Group, de 554 companhias nos EUA, aponta que as que adotaram modelos flexíveis aumentaram a receita em 21% entre 2020 e 2022. Outro estudo de Harvard, no mesmo país, decretou que o trabalho híbrido equilibra o melhor dos dois mundos.
Já no Brasil…
Especialistas argumentam que boa parte das empresas no país ainda não tem uma forma precisa de medir o desempenho. Mas que, de forma geral, as lideranças costumam relatar uma dificuldade maior de tocar o negócio no home office, apesar de reconhecerem que cada sistema tem seus prós e contras.
Work in progress
Segundo disse à CNN Cristina Goldschmidt, professora da FGV e especialista em Liderança e Gestão, as pesquisas sobre produtividade e modelo de trabalho precisam ser avaliadas qualitativamente a cada caso. Ou seja, não existe uma receita que vai funcionar pra todo mundo. O futuro do trabalho remoto ainda está em construção.
Crédito imagem de abre: Windows / Unsplash
