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A missão da shaper Joanna Campista é fazer pranchas pra quem quer se divertir no mar

Por
Adriana Setti
Em parceria com

No embalo das reivindicações de março, mês da mulher, a produtora audiovisual acaba de lançar a marca Indie Happy Boards, abrindo espaço em um terreno que ainda é dominado pelos homens.

Ao mapear a presença feminina no surf para o programa Maré das Marias, do Canal Off, a produtora audiovisual Joanna Campista (@joannacampista) se deu conta de que ainda havia um território pouquíssimo explorado pelas mulheres dentro desse universo. “Topei com muitas profissionais atuando em quase todos os setores relacionados ao esporte, mas só encontrei uma shaper na ativa no Brasil”, diz, fazendo referência à paranaense Davenia Ferraz. Fabricando pranchas há 17 anos, ela foi a primeira brasileira a adotar uma profissão que ainda é quase exclusivamente masculina e serviu de inspiração a Joanna. “Supostamente, esse trabalho pode parecer pouco convidativo para nós, já que envolve lidar com cheiros fortes e viver suja de pó, mas foi justamente isso que me desafiou a tentar”, diz Joanna. “Sempre tive vontade de produzir alguma coisa artesanal e pensei: por que não?” No embalo das reivindicações de março, mês da mulher, a niteroiense radicada na cidade do Rio de Janeiro acaba de lançar a Indie Happy Boards (@indiehappyboards).

Joanna faz as pranchas da sua marca nas instalações da First Glass, onde é a única mulher entre 20 homens. “Tinha receio de como seria recebida nesse setor, tanto pelo público como dentro da fábrica, mas fui acolhida de braços abertos pelos outros shapers e todo mundo parece estar disposto a me ensinar”, diz. Assumir a nova profissão é mais um passo da produtora na direção de um lifestyle que gira em torno do mar. “Desde que comecei a pegar onda, em 2013, o surf entrou na minha vida de uma maneira muito forte, tanto profissionalmente, quanto como lifestyle”, conta Joanna. Junto com as primeiras marolas vieram os primeiros jobs de edição, em programas como o Brazilian Storm e o 9 Pés, do Canal Off. Depois, ela migrou para a área de produção, abraçando a série Por Elas.

Dentro da água, seu relacionamento com as ondas também foi ficando mais sério com o tempo. “Até 2019, surfava de pranchinha e me dei conta de que estava me cobrando muita performance, esquecendo o lado da diversão, que é o meu real propósito no mar”, diz. E foi experimentando pranchas maiores, como o longboard, que ela teve um insight. “Notei que existia uma carência de pessoas que fizessem pranchas só pra diversão e que deixassem isso explícito”, diz a shaper. “O grande propósito da Indie é que o equipamento sirva pra você ser feliz e tentar coisas novas. A partir daí, quero propagar a ideia de que não é preciso provar nada pra ninguém dentro da água”. Segundo Joanna, evoluir no surf não tem a ver com performance. É sobre se sentir confortável. “Não precisa dominar uma prancha fininha, dar um aéreo, pegar um supertubo. O surf é o que você quiser. Divirta-se!”.

Fotos: Rafael Guedes

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