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Os riscos por trás do uso dos vapes e cigarros eletrônicos

Por
Adriana Setti
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O Ceará acaba de proibir o uso de cigarros eletrônicos em ambientes públicos e privados. Entenda o risco dos vapes e por que eles são considerados uma ameaça para a saúde pública nos EUA.

A ideia por trás dos vapes parece genial: permitir aos fumantes obter nicotina (e prazer), sem inalar as dezenas de substâncias cancerígenas presentes em um cigarro normal. Mas o tiro parece ter saído pela culatra, já que esses acessórios não só se provaram nocivos à saúde, como acabaram conseguindo o que parecia impossível: fazer com que o hábito de fumar voltasse a ser cool e sexy entre os mais jovens. Entenda os riscos do uso desses dispositivos e por que eles já estão sendo apontados como um risco para a saúde pública nos Estados Unidos.

Novo vício

Quanto mais jovem o cérebro, mais suscetível aos efeitos e à dependência da nicotina. Não à toa, grande parte dos adultos que fumam começaram na adolescência. O vício em vapes entre menores de idade já é considerado epidêmico nos EUA. A venda de cigarros eletrônicos no Brasil foi proibida pela Anvisa em 2009. Ainda assim, é fácil encontrá-los em tabacarias, lojas de conveniência, bancas de jornal e na internet. Segundo pesquisa do Datafolha, 3% da população acima de 18 anos faz uso diário ou ocasional desses dispositivos. E, segundo o Instituto Nacional de Câncer, metade dessas pessoas nunca haviam fumado um cigarro convencional.

A febre do Juul

Desenvolvido no Vale do Silício e definido como “o iPhone dos vapes”, o Juul viralizou os cigarros eletrônicos. Além de ter um design moderno e vários sabores, ele entrega mais nicotina por tragada do que outros dispositivos.  Em 2018, a Juul Labs já era responsável por 75% do mercado de cigarros eletrônicos nos EUA e havia atingido um valor de mercado de US$ 10 bilhões em uma velocidade 4 vezes mais rápida que o Facebook. Atualmente, a empresa enfrenta incontáveis processos judiciais e é acusada de ter direcionado seus produtos aos menores de idade deliberadamente. Em breve, a FDA decidirá se os vapes poderão continuar sendo vendidos nos EUA. Os Juuls com sabores já foram descontinuados. 

Além do vício

Estudos recentes apontam o uso de cigarros eletrônicos como causa de doenças graves como a bronquiolite obliterante e a Evali, sigla em inglês para “doença pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico”. “Se você olhar para a essência do Vale do Silício, verá que ela demonstra como atingir objetivos o mais rápido possível. E, às vezes, fazemos coisas erradas para isso. Mas, neste caso, não se trata de um bug ou vazamento de dados pessoais, estamos viciando pessoas em uma substância aditiva”, disse Ryan Woodring, ex-diretor de marketing da Juul, no documentário Move Fast and Vape Things.

Saiba mais: Move Fast and Vape Things (New York Times), The Promise of Vaping and the Rise of Juul (New Yorker), Mesmo proibido no país, cigarro eletrônico é comprado até por delivery (Folha de S.Paulo)

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