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Caminhando a passos lentos, mas firmes

Por
Anita Pompeu
Em
27 maio, 2016

Um a um, os sapatos nascem das mãos de Bruna Botti num ritmo incomum para o fast-paced do mundo da moda. Aos 32 anos, a estilista é nome forte na fauna habitada por jovens designers que abriram mão do mainstream das grandes marcas para apostar no slow fashion – tudo handmade, sem pressa, verdadeiras obras de arte para se pisar com cuidado. E bastam poucos segundos para entender que ela é uma daquelas pessoas que sabe deixar qualquer um à vontade – e sem ser artificial. No segundo andar de sua loja-ateliê, nos Jardins, em São Paulo, Bruna nos contou a trajetória de mais de dez anos no segmento em que hoje já virou um destaque: o dos sapatos artesanais. Depois de passar por estágios – que foram verdadeiras escolas – em marcas como Paula Ferber, Arezzo e Zeferino, Bruna alçou voo solo em sua Botti, que virou hit nos pés das mulheres mais cools da cidade. Moças que abriram mão do salto altíssimo em nome do conforto.

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Como você descobriu seu talento por desenhar sapatos?
Comecei fazendo faculdade de administração, mas no meio do curso desisti, e fui estudar moda na Santa Marcelina. Então, na faculdade, comecei a desenvolver chapéus e sapatos, porque sempre preferi acessórios a roupas. Até que meu primeiro estágio na área foi na Paula Ferber. Conheci a fundo o processo, me encantei e nunca mais consegui sair.

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Quando você decidiu criar a Botti?
Foi muito rápido, na verdade, mas porque eu já tinha toda a estratégia montada na minha cabeça. Antes de abrir o negócio, eu pensei que eu precisaria entrar para entender como funciona toda essa engenharia, de grandes fabricantes até pequenos artesãos. Passei por todas essas engrenagens: trabalhei na Paula Ferber, como disse, mas também na Arezzo e Zeferino, e só depois senti que era a hora de lançar o meu próprio negócio. Percebi também que havia uma brecha no mercado para esse tipo de sapato, totalmente artesanal, mas que não tem um preço exorbitante. Fui percebendo que as pessoas queriam conforto, mas com design, bom gosto e sem aquela carinha de sapato de vó. Foi um trabalho difícil, porque não era todo mundo que aceitava. Em compensação, hoje faço na coleção só dois modelos com salto alto, que são sempre os que sobram na liquidação [risos].

E como foi esse começo?
Comecei em uma salinha do escritório do meu pai, no Itaim. Sempre acreditei no trabalho de formiguinha. Entregava os sapatos na casa das pessoas, até que chegou a um ponto que saiu da esfera “amigas das amigas”. Aí que percebi que tinha uma clientela que curtia sair de casa para ir à loja, que era um programa. Nesse momento decidi ter uma loja física. Mas não queria uma loja comum, com vitrine e tal. Queria um espaço que fosse uma extensão da casa das pessoas. Então demorei seis meses para achar essa casinha, que inaugurei em maio de 2014. Até então era 100% eu: eu que fazia o sapato, eu que definia o preço, eu que falava com a cliente, eu que mandava entregar.

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Como você busca inspiração para criar?
Eu tenho um caderninho na minha cabeceira para os momentos em que eu tenho um estalo. Mas costumo criar em momentos de extrema felicidade, aqueles de paz, em que a gente está bem, tranquila… Então, eu tiro tudo da minha cabeça, faço ginástica, libero tudo e aí eu paro para criar algo. Amo esse processo. Desenho tudo a mão.

Qual sua relação com o verão?
Sou da cor do verão [risos]! Basta cinco minutos no sol para eu ficar supermorena. Preciso dele. Para mim, sol é energia. Às vezes na hora do almoço, eu fico cinco minutinhos lá fora, só para dar um pique e voltar.

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E o que você gosta de fazer nessa estação?
Vou muito ao Rio, porque meu marido é carioca. Acho também que o mar revitaliza, tira toda aquela uruca. E quando a gente vai, nosso programa é sempre praia. A gente curte a Prainha, que é mais tranquila, ou mesmo Leblon, onde moram os meus sogros. À noite o programa é sempre ir no Guimas, no Baixo Gávea.

E seu verão em São Paulo? Como ele é?
É na fazenda! Costumo dizer que fico meio claustrofóbica aqui. Essa coisa de prédio, prédio, prédio… a gente não enxerga o horizonte. Então vou para lá, em Holambra, e fico no sol, com os cachorros. Quando eu fico em São Paulo acabo indo para o clube de que sou sócia, o Paulistano.

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O que faz você feliz?
Meu marido, meu ateliê, minha família… estar bem. Hoje as pessoas são muito egoístas. Ninguém tem tempo para nada. Então, no pouco tempo que sobra, gosto de passar com pessoas que me fazem bem. Adoro estar com meus amigos, minha turma de amigas.

Quem você considera uma pessoa bonita sem esforço?
A Alinne Moraes. Encontrei com ela em Fernando de Noronha, na minha lua-de-mel. Ela estava de biquíni, tinha acabado de sair do mar, aquele vento batendo nos cabelos… Ma-ra-vi-lho-sa!

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Um prazer sem culpa…
Gosto de comer, comer sem culpa. Não gosto dessa coisa atual de regime, de ficar se privando, de prezar demais uma barriga tanquinho. Prezo muito mais a saúde do que a beleza. A beleza é uma decorrência de quem se cuida. Tento manter a cabeça sã fazendo pilates, yoga e ginástica funcional. Não gosto de fazer academia, mas o treino funcional é interessante, porque é você consigo mesmo, com o peso do seu próprio corpo. Outro prazer sem culpa é comer chocolate: como todos os dias. Um pedacinho, depois do jantar. Acho que para não tomar antidepressivo, as pessoas deviam comer chocolate [risos]!

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