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O freerider João Daniel Edde rodou o mundo velejando, mas nunca viu nada como os Lençóis Maranhenses

Por
Adriana Setti
Em parceria com

O apresentador do programa Kite Extremo, do Canal Off, ensina como não entrar em roubada na sua próxima kitetrip no paraíso brasileiro que parece miragem.

Mal havia aprendido a andar, o carioca João Daniel Edde já estava em cima de um shape. “Meu pai me deu um skate aos dois anos de idade e acho que isso formou uma base pra tudo o que eu faço nos esportes”, diz o apresentador do programa Kite Extremo, do Canal Off, que roda o mundo ao lado do kitesurfista Reno Romeu em busca dos picos de velejo mais inusitados. “Meus pais sempre foram pessoas do mar e navegavam juntos na região de Angra dos Reis, onde tinham um pequeno bote de pescaria”, conta o waterman, que começou a mergulhar aos sete e se apaixonou pelo surf aos 12. O wakeboard e o snowboard vieram na sequência. “Depois de aprender muito sobre os esportes de prancha, conheci o kitesurfe, que junta vários em um só”. Competindo desde os 13 anos de idade, JD Edde chegou a ganhar títulos nessas quatro modalidades, até que decidiu voar mais alto. E mais livre.

“Encarava os campeonatos como desafios pessoais e ia me provando em cada um deles”, conta o carioca. “Mas chegou um momento em que tudo o que gira ao redor da competição já não era mais satisfatório pra mim: esperar bateria, ficar o final de semana todo plantado esperando a vez de entrar no mar, em condições nem sempre boas. Comecei a não me encaixar naquele padrão”, diz. Formado em administração, ele chegou a conciliar a vida de atleta com a de empreendedor, à frente de uma empresa de tecnologia. Até que, em 2015, embarcou no sonho da sua vida: viajar atrás das melhores condições do planeta pros esportes de prancha, seja no mar, na neve ou no ar. “Como freerider, vi que poderia fazer o que queria, a qualquer hora e de acordo com a natureza”, diz. 

João Daniel Edde, o JD Edde, apresentador do programa Kite Extremo, no Canal Off | Créditos: arquivo pessoal

O apresentador de Kite Extremo já velejou em lagos congelados da Islândia, na neve da Noruega, no deserto do Saara e no encontro dos rios Tapajós e Amazonas, entre outros picos insólitos. Também entrou em algumas roubadas, como no acidente de kite que sofreu no Deserto do Atacama em 2017, no Chile, quando quebrou o ombro e a cabeça em vários lugares. Mas, mesmo tendo rodado o globo, JD ainda acha que poucos lugares superam a beleza dos Lençóis Maranhenses, onde protagonizou o filme Em Constante Mudança, produzido pela cerveja Corona. “Por mais que já tenha vindo várias vezes, todo ano é diferente, porque as lagoas e dunas estão sempre em movimento, é um paraíso diferente de todos os outros, parece uma miragem”, diz. A seguir, o o que você precisa saber pra embarcar numa kitetrip por lá.

Lençois Maranhenses | Crédito: Martis Cardoso/Unsplash

A melhor base pra velejar nos Lençóis Maranhenses

Barreirinhas, a 250 km de São Luís, costuma ser a principal base turística dos Lençóis. Mas, pra quem veleja, o lugar certo é Atins, que tem praia e várias outras credenciais pra ser eleita a nova Jericoacoara. 

A melhor época pra velejar nos Lençóis Maranhenses

A temporada do velejo começa assim que acaba a época de chuva, quando as lagoas estão cheias e o vento começa a entrar. Julho, agosto, setembro e outubro são os meses com mais vento.

Os melhores picos pra velejar nos Lençóis Maranhenses

“O melhor pico nos Lençóis quem vai dizer, a cada dia, é a natureza. O parque muda, as dunas se movem, o vento vai cada hora pra uma direção. A mesma lagoa pode estar melhor hoje do que amanhã”, diz JD. Pra se dar bem, é fundamental conversar com os velejadores locais. O apresentador recomenda o kite center OK-P (@oceankitepoint), em Atins. 

Como não entrar em roubada

Pra visitar algumas áreas do parque nacional com veículo 4X4 particular, é preciso solicitar uma autorização no ICMBio de Barreirinhas. Porém, mesmo com tração nas quatro rodas, não é aconselhável se aventurar por conta própria. “Você corre muito risco de se perder ou de ficar preso na areia, atolado. O melhor é fazer os passeios com os guias locais autorizados, que sabem tudo dos Lençóis”, recomenda. 

Onde curtir um fim de tarde em Atins

O Bar.Co (@barcoatins) é um beach bar em forma de barco, protegido do sol por uma cobertura de piaçava. Escolha uma rede ou sofazinho e peça uma caipirinha no capricho, enquanto observa as pipas coloridas riscando o horizonte.


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