Faz cinco anos que o mundo parou por causa da COVID-19. Como isso impacta a sua vida até hoje?
Tudo foi tão perturbador e intenso nos três anos que se seguiram ao 11 de março de 2020 que a noção de tempo se distorce. Pra alguns, a pandemia ainda parece recente, com feridas que não cicatrizaram — a começar pelo luto. Pra outros, tornou-se uma memória distante. Aqui, convidamos você a fazer um balanço do legado deixado pela COVID-19.

Ainda precisamos falar COVID-19
O sociólogo e historiador da medicina Alexandre White, da Johns Hopkins University (EUA), aponta que o fato de termos sobrevivido gera uma falsa impressão de que não há mais o que discutir sobre a pandemia. No entanto, refletir sobre como cada um viveu esses cinco anos é essencial pra entender e superar as cicatrizes que a COVID deixou na sociedade.
“As pessoas estão exaustas de falar sobre COVID, mas não porque deixaram de se importar: é que há muitas outras questões urgentes agora.”
Emily Mendenhall, antropóloga da medicina na Georgetown University, nos EUA, em entrevista à Scientific American
O legado da COVID-19 na saúde mental

A pandemia trouxe à tona a discussão sobre bem-estar psicológico, ajudando a derrubar tabus, algo fundamental pra que o Brasil lide com a crise de saúde mental que enfrenta neste momento.
A COVID-19 elevou a conscientização sobre higiene e saúde pública, mudando hábitos individuais e coletivos. A telemedicina se fortaleceu e, acima de tudo, o desenvolvimento acelerado de vacinas e tratamentos mostrou a importância da ciência na resposta a crises sanitárias.



A pandemia reforçou o valor dos encontros presenciais,
da conexão com a natureza
e da importância das pessoas queridas em nossas vidas.
Mudanças no trabalho e na economia
. Popularização do home office e de modelos híbridos de trabalho.
. Digitalização acelerada de empresas e serviços.
. Crescimento do comércio eletrônico e das fintechs.
. Expansão do ensino remoto e híbrido.
. O impacto das desigualdades sociais se tornou mais evidente.


Ao mesmo tempo…
Se a pandemia nos ensinou a importância da informação confiável, da cooperação global e do investimento em saúde pública, alguns movimentos recentes parecem seguir no sentido oposto, a exemplo da supressão da checagem de informações nas redes sociais e da saída dos Estados Unidos da OMS, que enfraquece a articulação internacional pra enfrentar futuras crises sanitárias.
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